O
fascínio que o proibido exerce sobre mim, talvez seja um pouco mais intenso do
que em algumas outras pessoas mais acostumadas com o comodismo e a apatia. Quando
ouvia a palavra “não”, ligada ao verbo “fazer”, este fascínio me seduzia um
pouco mais, fato que me fez seguir alguns caminhos que hoje em dia
provavelmente eu não seguiria. No entanto, acredito que sempre percebi a vida desse jeito: “uma
eterna busca por descobertas que nos ensinem algo de bom, mesmo que seja através
de afagos ou pelas dores inconfundíveis das pancadas”.
Foi nesta
busca por novos caminhos que me impeliam a nadar contra a corrente que,
recentemente, me fez ler avidamente as obras que eu consegui ter acesso, do
escritor Paulo Coelho. Ouvir as críticas depreciativas, por certo tempo, embora
me deixassem com um pé atrás para com suas obras, me fez, de forma
contraditória, também querer conhecê-las para, só aí então, começar a tecer
meus comentários.
Todavia,
mesmo sabendo que esta ação comporta uma coerência óbvia, confesso que acredito
não serem raros os críticos que nunca leram ou terminaram de ler pelo menos uma
de suas obras, mesmo que isso não os neutralizasse no ato de tecerem seus
comentários ácidos e questionáveis.
Desta
forma, preferi ser honesto comigo mesmo e, antes de comentar algo sobre um dos
escritores brasileiros mais lidos em todo o mundo, passar a ler pelo menos um
de seus livros. Agindo desta forma, comprei o primeiro e, mesmo sem termina-lo,
me vi comprando o segundo e o terceiro, para, num ato frenético, lê-los no
mesmo período.
Hoje
posso dizer que já li “O Diário de um Mago”, ‘Briga” e “As Valkírias”, este
último, com mais voracidade visto que a história do Paulo Coelho com o músico Raul
seixas muito me interessava. Desta leituras, destaco que umas, gostei mais que
outras, mas o estilo de escrita de Paulo Coelho permanece em todas as suas
obras.
Analisando
o desenvolvimento técnico de seus livros, não há como deixar passar que sua
escrita possui uma narrativa muito longa acompanhada de poucos acontecimentos,
fato que deixa alguns livros cansativos, como ver a ser o caso do livro “Verônika
decide morrer” que já iniciei, mas ainda não tive paciência para termina-lo.
Confesso
que no conteúdo e na forma, gostei mais dos livros “O Diário de um Mago” e “As
Valkírias”. O primeiro abordando suas experiências como um peregrino no caminho
de Santiago de Compostela, na busca por uma espada mágica que serviria como um
rito de transição para uma tradição mágica da qual Paulo Coelho alega fazer
parte, no caso a “Tradição da Lua”. E, por sua vez, o segundo, contando com um relato
fantástico de uma peregrinação pelo deserto do Majove, que o escritor e sua esposa
fizeram na tentativa de conversar com seu anjo da guarda e, consequentemente,
pelo rompimento de um contrato espiritual que Paulo havia feito quando era
jovem por flertar com a “magia negra”.
Contudo,
ainda há muito o que ler. Embora eu já me sinta capaz de tecer certos
comentários, ao menos por enquanto, prefiro apenas expor que encontrei pontos
positivos e negativos nos livros que já conclui de Paulo Coelho. Desta forma,
deixo para apresentar e se possível, analisar, as obras individualmente em
outro momento. Portanto, para o meu espírito irrequieto, só posso dizer: “muita
calma nesta hora e boa leitura”.

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